"(...) O AMOR NÃO ERA UM RECITAL."
"Lembro-me de ter-lhe dito que não desejava aquilo que estava descrito nas CARTAS (séc XVII) para mulher alguma. Olhei para o céu, através do vidro do carro, respirei e agradeci... Passados alguns meses, estaria eu com sentimentos parecidos... Dores e desejos !
Após uma conversa intensa com minha (ainda!!!) muito querida professora de Interpretação Rita - USJT - SP (não conheço nenhuma Rita que não seja maravilhosa!!!), a partir de uma frase dela, percebi que todas aquelas emoções eram maiores e mais fortes do que meu corpo podia suportar, precisava transformá-lo em Arte. A Arte à serviço de mim, já que, por muitos anos, eu estive em função dela!
Naquele momento pude contar com minha querida amiga-parceira-irmã-psicóloga e muito amada Carina e com a não menos querida Ana Lucia (Aninha E.V.A. Selvagem).
Um dia nos reunimos e eu, simplesmente, li as cartas de Mariana. Em poucos instantes tinha uma pequena platéia atenta. Eu não estava interpretando! Estava tomando como se fossem minhas aquelas palavras que expressavam tanto amor. Eu estava sentindo "tudo" naquele momento: saudade, abandono, incorformismo... Tinha tanta coisa ali... E aqui!
E aos poucos fomos levantando idéias, fazendo pequenos laboratórios. Ensaiávamos nas salas-laboratórios da faculdade, aqui no quarto da minha anitga casa... E dalí foram surgindo pequenos textos, frases e leves esboços de cenas.
A dor foi se transformando durante o processo, a compreensão foi se fazendo obrigatória. Fui acompanhando meu próprio processo de amadurecimento.
Saímos das Cartas com a ajuda de Regina (maravilhosa!) Lucia, mestra em Letras, de Maringá - Pr - e mergulhei profundamente na vida desta pessoa intrigante que "é" essa Mariana. Quanto mais a conheço, mais me identifico com sua intensidade diante dos acontecimentos da vida, do seu incondicionalismo diante do amor.
Mais uma vez, por meio de uma personagem (pois, pretendo tirar esse foco do que é real!), estou fazendo o exercício de ser mulher, de olhar para mim mesma sem tanta dureza, olhar para mim como alguém que também falha, como alguém que erra feio, como alguém que se joga dos precipícios que estão diante do estar viva com medo, mas convicta de que tudo é para o meu bem... E para o bem do público que nos assiste!!!
(Cumplicidades Compartilhadas - por Eliana Bach)