1. JUSTIFICATIVA
O ato de contar histórias é praticado no cotidiano sem que se faça conta. O que não passa despercebida é a forma como isto se dá: inflexões e pausas na fala, volume de voz e gestual é o suficiente para elevar alguém aos céus... Ou não! Tudo depende da intenção.
O ato de contar histórias, contrariando afirmações, não foi preterido diante dos avanços tecnológicos na forma do comunicar-se. Pelo contrário, fronteiras foram transpostas, levando para cada vez mais longe as mais diferentes culturas de tantos povos, ampliando conhecimento, formando e informando com mais rapidez.
A Cia. dos Clownstrofóbicos acredita na importância do ouvir, contar e ler histórias como parte imprescindível na formação do caráter, a imaginação servindo à exemplo de conduta.
2. Apresentação
“Histórias Bem Contadas” surge da nossa vontade de contar histórias e , depois, do desejo de encená-las.
Durante o processo percebemos que nossas próprias histórias (reais e/ou fictícias) também se mostravam cenicamente divertidas. E por que não criar, recriar e contar nossos próprios contos? Nasceu o espetáculo!
Numa casa móvel e multifacetada, contamos e cantamos “causos”, provocando... E provando do imaginário infantil.
Na mescla de elementos interpretativos, o espetáculo transita entre as exigências de uma narração realista, à sedução da fantasia e aos apelos dos jogos verbais, na mesma velocidade do tempo que, na sua rapidez, tudo altera.
Cada história, com seus objetos e adereços, faz do “faz de conta”, algo tocável... E vivenciável!
Casa Cenográfica
3. ENCENAÇÃO
Interpretação e Dramaturgia:
Idealizado, escrito e dirigido pela Cia dos Clownstrofóbicos, o texto teatral é composto por três narrativas longas (fictícias) entremeado por 5 narrativas breves (histórias reais), cada uma tendo como prólogo uma canção da MPB.
A primeira proposta de encenação surge das reações das crianças (nossos alunos de III infantil 6 e 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental) diante das nossas histórias, de seus depoimentos, das emoções escapulidas pelas mãozinhas na boca e nos ouvidos, dos gritinhos quase mudos e dos pedidos:
“– “Prô”, canta aquela música de novo?
- Qual?
- A “do vampiro, o lobisomem...”.
A partir daí, mapeamos locais onde os sentimentos e as emoções ressoam no corpo, permitindo que as personagens estejam presentes, inclusive, nos momentos das narrativas (ora em primeira, ora em terceira pessoa)
O resgate das nossas infâncias é elemento fundamental: os nossos brinquedos e brincadeiras. Daí, a opção pelo processo colaborativo. A Cia dos Clowntrofobicos assina a autoria, porém conscientes e gratas de que, quando este espetáculo for à cena, ele será autoria coletiva, então optamos pelo Processo Colaborativo, para a direção artística.
As movimentações e deslocamentos em cena todas serão direcionados por nós, à partir da nossa intuição e conhecimento, e o processo vai se desfazendo e refazendo a medida que formos nos mostrando em work in progress e ensaios abertos, se assim nos for possível, até que chegue num ponto de satisfação, que nos será indicado pelas crianças.
Cenografia, adereços e figurinos
A casa que se movimenta por rodas, janelas e portas que se abrem, telhado que se move; a opção por paredes externas diferenciadas por cores, onde cada uma representa um estado, um momento, uma idéia.
Características técnicas do cenário
A casa mede 1,70 x2m. Sua estrutura é de ferro tubular, com rodinhas malucas, desmontável, coberta por capa de tecido e EVA (telhado).
Execução de cenografia e adereços: O2 Cenografia
Figurinos
Os figurinos também são simples: o vestido básico e atemporal, que permite composições de acordo com cada personagem:
-capa (preta e dourada para o Vulto;
-blusinha meia estação (cinza) e sobretudo (cenicamente grande) também cinza, para a professora;
- camisa de uniforme escolar branca, para Aninha.
Adereços
Escolhemos por adereços objetos comuns. A utilização é que os tornam cenicamente especiais. A cauda do Monsta é óbvia: verde ou marrom, que é cor de monstro, segundo algumas crianças. Para a barriga usaremos um bexigão de festa de aniversário, que, quando estourado, revelará vários bichinhos e bonequinhos de borracha.
1. Patrícia e o vampiro
- dentadura de vampiro.
- peruca com bobes (Mãe de Patrícia).
2. Joãozinho
- Joãozinho (o boneco)
- maletinha
- bilhete do seqüestro
3. Mulher Maravilha
- pedaço de tecido (capa)
- medalhão (Ísis)
4. Contos sobre baratas
- uma barata de plástico comum e outra que anda.
- uma vassoura
- aranha de plástico
5. Monsta
- um bexigão de aniversário
- bonequinhos (de maquete)
- lagartixas e outros bichos de borracha em miniatura.
- rabo
6. O primeiro dia de aula
- mochila (Aninha)
- camisa de uniforme escolar
- boné (Carlinhos)
Iluminação
Fora da casa, privilegiamos a luz geral, com alguma cor pertinente à cena.
Em alguns momentos, a iluminação dentro da casa, provocando sombras e revelando os desenhos das paredes.
O foco fica na operação. Alguns blackouts e instabilidade na intensidade.
Trilha sonora
Embora o espetáculo não se configure num musical, resolvemos investir no canto ao vivo, acompanhado por playbacks.
São trechos selecionados de canções clássicas da MPB, que, por serem lúdicas, letras e melodias dialogam perfeitamente com o imaginário infantil. Uma exceção para “pra Ver Cola” , cantada pelo grupo Trem da Alegria.
Set list:
Geraldinos e Arquibaldos, de Gonzaguinha (1975);
Canção da Meia Noite , de Kleiton e Kledir (1975);
Uma barata chamada Kafka, de Luiz Guilherme, Marcelo Marques e Paulinho Moska (1989);
Bola de meia, Bola de gude, de Milton Nascimento e Fernando Brant (1988)
Fazendo Música, Jogando bola, Pepeu Gomes e Baby Consuelo (1983)
Pra Ver se Cola, Sullivan e Massadas (1988)
Mesmo de Brincadeira, Vermelho, Cláudio Venturini e Mariozinho Rocha (1981)
Músicas em Bg:
Wonder Woman (trilha sonora do seriado Mulher Maravilha);
Ovelha Negra, de Rita Lee (instrumental - 1975).
Mais trilha: ruídos, risadas, despertadores, entre outros.
Necessidades técnicas.
- Por conta da movimentação do cenário (Casa móvel), o espetáculo não poderá ser apresentado em áreas gramadas ou de terra , que contenham paralelepípedos ou com muitas elevações, sendo necessário em casos como estes a montagem de um palco ou tablado de 4m X4m.
- Mesa de som com 4 canais e Entrada para 2 microfones e Caixas de som.
- Aparelho de som.
Publico alvo
Recomendada para crianças de 3 a 7 anos.
4. SINOPSE
Ao acordar atrasada para mais um dia, Eliana, uma professora; tropeça, cai, bate a cabeça e desmaia. Ao acordar, depara-se com algo inimaginável: ela havia encolhido! Na busca pelo retorno à normalidade, encontra-se com Pedrinha, uma de suas bonecas de infância e responsável pelo “suposto” acidente da professora. Juntas, elas irão redescobrir o valor das brincadeiras e da amizade através de histórias que remetem à infância das próprias atrizes e das crianças que participaram diretamente do processo de montagem.
5. CURRÍCULO DO GRUPO E DOS INTEGRANTES
4.1. A COMPANHIA
A Cia. dos Clownstrofóbicos foi criada em 1999, com o desejo de levar aos palcos, temas que “inquietam” crianças e adolescentes, de maneira que isto traga à tona e supra, também, as nossas inquietações pessoais e as nossas necessidades artísticas, de descobertas e aprendizado.
Com base na experimentação de linguagens, em pesquisa de campo, em estudos acadêmicos e espontâneos, e, principalmente com a intervenção de crianças no processo de criação, pretendemos investigar e criar um canal de comunicação efetivo com este público.
Em Fevereiro de 2004, a Cia. Dos Clownstrofóbicos estreia seu primeiro espetáculo “Quando eu não Consigo Dormir”, baseado no conto Homônimo da escritora Mirna Pinsky, em temporada no Teatro Augusta de São Paulo.
Figurou entre os 16 espetáculos infantis selecionados para o Festival de Teatro de Curitiba, nos anos de 2004 e 2005.
No mês de junho de 2004, a Cia. esteve em cartaz no Teatro Martins Penna, em princípio, para realizar temporada de dois meses. Devido ao sucesso, aceitamos o convite de permanecer em cartaz até final do mês de Agosto.
No mês de julho, deste mesmo ano, fomos CONVIDADOS pela Secretaria de Cultura a integrar o projeto Recreio nas Férias, promovido pela Secretaria de Educação de São Paulo.
Em setembro reestreamos no Teatro Sérgio Cardoso, onde apresentamos por seis semanas.
No mês de outubro fomos convidados a participar do projeto Teatro Sem Fronteiras, promovido pela Prefeitura Municipal de Mauá.
No mês de maio de 2005, reestreamos no SESC Taubaté - SP.
No mês de agosto, participamos com méritos, da VII Mostra de Teatro, da cidade de São Caetano do Sul.
No mês de setembro, nos apresentamos no Festival de Teatro da cidade de Carapicuíba, (FESTECCAR), recebendo os seguintes prêmios: terceiro melhor espetáculo, figurinos, sonoplastia, trilha sonora, produção e cenografia. Indicações para: direção, melhor atriz, iluminação, iluminador e texto original. Devido ao sucesso da crítica, recebemos convite para posterior apresentação, no decorrer do evento.
Em Outubro, nos apresentamos no SESC de Piracicaba e, em novembro, no SESC Araraquara, fazendo parte da “Teatrada” (projeto temático, cujo assunto abordado no mês é o MEDO).
No ano de 2006, ficamos em cartaz no Teatro Júlia Bergman (SP), numa temporada que durou 3 meses.
ELIANA BACH (ATRIZ) - DRT 11.228
Psicóloga, pedagoga e arte-educadora com habilitação específica em magistério.. Formada há doze anos pela escola de teatro da Fundação das Artes, de São Caetano do Sul.
Estudou Direção Teatral, na Escola Livre de Teatro, com Antonio Araújo, Luiz Alberto de Abreu e Lucienne Guedes.
Extra-curricularmente, com Fauzi Arap, Marco Antonio Rodrigues, Gerald Thomas, entre outros. Educadora infantil, há treze anos e arte-educadora, há dez, ministra cursos de formação e oficinas para atores. Leciona, também, em escolas regulares, de ensinos pré-escolar, fundamental e médio.
Atualmente, cursa licenciatura em Educação Artística, na Universidade São Judas Tadeu.
Participou do processo de implantação da EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística), no “CEU Rosa da China”, onde trabalhou de 2003 a 2005. Atualmente ministra oficina, em caráter voluntário, na entidade filantrópica “Lar da Redenção” - SP.
Diretora geral da Cia. dos Clownstrofóbicos e idealizadora do projeto da trilogia “O Livro dos Medos”, neste trabalho de abertura atuou ativamente na orientação dos trabalhos em todos os segmentos do espetáculo, desde as pesquisas iniciais, produção e criação.
CARINA GOTARDELO (ATRIZ) –
Atriz e arte educadora, formada pela Universidade São Judas Tadeu (SP) e Pós-graduada no curso de Formação de Professores para o Ensino Superior, pela Universidade Paulista (UNIP)- SP.
Iniciou seus trabalhos na ACEPUSP (Associação Cultural dos estudantes e professores da USP), com as atribuições de atriz e assistente de direção. Algumas montagens: Fábula da Criação do Homem (2004) e Vestido de Noiva (2005).
Participou como solista do grupo de Canto Coral, também da ACEPUSP, que possui repertório variado, com músicas de MPB, estrangeiras e cânones.
Em 2005 estudou violão popular e solo na Escola Musical Millenium (SP) e realizou curso de Dança de Salão promovido pela Universidade São Judas Tadeu.
Desde 2007, desenvolve oficinas teatrais para alunos do Ensino Fundamental I e II. Atualmente, trabalha como arte-educadora, desenvolvendo Oficinas de Teatro na EMEF. Décio Machado Gaia, em São Caetano do Sul.
Eliana Bach (esquerda) e Carina Gotardelo (direita)