Tava bem bolada, como dizem as crianças, de realizar tal tarefa, chatíssima!
Enquanto empacotava as coisas da sala de aula por conta do recesso (para mim e férias para as crianças), na parte dos livros, demorei-me um pouco mais. Fui olhando os títulos, separando as páginas soltas e deparei-me com um livro que nunca tinha visto. Na verdade chamou-me a atenção a autora. Oi, Eliana? Como assim Cora Coralina passa por vc todos os dias e vc nunca viu? Pois é!
Parei tudo, lavei as mãos e fui ver do que a história tratava. Me encantei e imediatamente quis compartilhar com os alunos, mas... aquele sentimento de descoberta de uma nova história ainda estava tão frágil e tão emocionado, que achei melhor deixar pra outra vez.
Cheguei em casa, fui logo procurando um pra mim e descobri que o Itaú havia relançado a obra.
Agora ele está aqui bem pertinho, Já duas, três vezes mais. E quero contar tal qual Cora escreveu, sem errar uma palavrinha que seja. Adoro Cora, adoro cocada!
SINOPSE
O conto As Cocadas, publicado pela primeira vez em O tesouro da Casa Velha, um dos últimos trabalhos de Cora Coralina, ganha nesta edição as cores, os traços, as ilustrações tão sintonizadas com a infância do artista Alê Abreu. A narrativa em primeira pessoa, curta, direta e, ao mesmo tempo, detalhista no que é preciso - qualidades de quem conta mesmo um conto - envolve a criança, desafia sua curiosidade a cada linha, desperta o desejo de descobrir a resolução do conflito vivido pela personagem: Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo. Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco [...] O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas. Duas cocadas só [...] De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam piruetas na minha frente.
DADOS DO PRODUTO título: AS COCADAS
isbn: 9788526012523
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: páginas: 24
ano de edição: 2007
edição: 1ª
autor: Cora Coralina
ilustrador: Ale Abreu

Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto (1889-1985), que nasceu na cidade de Goiás, antiga Villa Boa de Goyaz, em 1889. Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho.
Aos 15 anos de idade, Ana, devido à repressão familiar, vira Cora, derivativo de coração. Coralina veio depois, como uma soma de sonoridade e tradução literária. Foi uma poetista e contista brasileira de prestígio, tornando-se um dos marcos da nossa literatura.
A autora iniciou sua carreira literária aos 14 anos com o conto Tragédia na Roça, publicado no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.
Casou-se com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Brêtas e teve seis filhos. O casamento a afastou de Goiás por 45 anos. Ao voltar às suas origens, viúva, iniciou uma nova atividade, a de doceira. Além de fazer seus doces, nas horas vagas ou entre panelas e fogão, Aninha, como também era chamada, escreveu a maioria de seus versos. Publicou o seu primeiro livro aos 76 anos de idade e despontou na literatura brasileira como uma de suas maiores expressões na poesia moderna. Em 1982 – mesmo tendo estudado somente até o equivalente ao 2º ano do Ensino Fundamental – recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás e o Prêmio Intelectual do Ano, sendo, então, a primeira mulher a receber o troféu Juca Pato. No ano seguinte foi reconhecida como Símbolo Brasileiro do Ano Internacional da Mulher Trabalhadora pela FAO.
Morreu em Goiânia, aos 95 anos, em 1985.