(Voz em off) Trabalhos, provas, cadernos... Certo, certo,
errado! Trabalhos, provas, cadernos... Certo, certo, errado! Trabalhos, provas,
cadernos... Certo, certo, errado! Sou uma máquina de corrigir!
- Professora, posso fazer xixi?
- Professora, quero ir ‘no’ banheiro!
- Professora, quero ir ‘no’ banheiro!
- Professora, a gente vai ‘pro’ parque?
- A gente vai fazer lição?
- Professora, amarra meu tênis?
- Professora, ele me bateu!
Trabalhos, provas, cadernos... Trabalhos, provas,
cadernos... Trabalhos, provas, cadernos...
-
Joãozinhooooo...
(Acorda)
Professora
– Ai, perdi a hora! Vou chegar
atrasada de novo!
Professora – Que sensação estranha! Meu corpo está todo formigando. Mas, que frio! Será que eu bati a cabeça? (Coloca a mão) Ai, bati!
Professora
(num susto) – Ei, eu lembro de você!
Te matei num só tapa! Te deixei bem
mortinha e fui buscar as luvas cirúrgicas para arrancar-lhe as asas. Mas,
quando voltei o o corpo não estava mais lá: havia sumido! Achei que as formigas
tivessem roubado o cadáver.
Boneca – Ledo engano, Dona Professora! Ela fingiu-se de morta como fazem as baratas espertas. E aqui, no Reino de Tão Tão Distante, as baratas não morrem para sempre! Elas sempre ficam para contar a história...
Uma barata estatelada no telhado... |
Boneca
– Nenhuma (má) notícia?
Professora – Eu recebi um
bilhete dizendo que ele havia sido sequestrado. Mas aos 6 anos de idade eu não
sabia o que significava essa palavra. Quando aprendi, já era tarde.
Boneca
– (Assovia disfarçando algo. Cochicha) Hummm...
Sequestrado... Acho que as baratas é que deram um sumiço no Joãozinho, sabe?
Ele adorava comer baratas!
Professora
– Ele não comia baratas! Isso é invenção das minhas Irmãs Mais Velhas,
porque sabiam que eu odiava baratas.
Boneca
– Ou as baratas odiavam você???
Pelo menos tem teto... |
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Figurino PEDRINHA |
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Figurino PROFESSORA |
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Flyer |
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CONCURSO MONSTA - 'CAUSANDO' NA EDUCAÇÃO INFANTIL
HISTÓRIAS BEM CONTADAS POR TADEU LOPPARA
(fotos)
Professora – Exausta e sem ver onde a barata havia se escondido, a
mulher pendurou a vassoura, pretendendo, no dia seguinte, continuar a
perseguição.
Boneca – Anoiteceu. A barata continuava lá, no seu esconderijo, bem
quietinha. Porém, o seu estômago
roncava de tanta fome... Barata: - Mas,
se eu sair agora, a mulher me pega... O melhor é esperar!
Professora – Mas, Laninha! Não faz sentido você não vir mais à
escola por causa do Carlinhos. E os lápis de cor? E os cadernos? E os livros
com cheirinho de novos? – E não conta pra ninguém, mas você é a minha aluna
predileta! - E assim, a Professora conseguiu convencer a menina a não desistir
da escola.
APRESENTAÇÕES
Boneca – Então vamos brincar de Casinha, Duro ou Mole, soltar pipa,
rodar pião e bolinha de gude tudo junto?
Professora – Não! Eu já disse que preciso ir para a escola. Ai, vou
ser demitida.
Boneca – Não vai, não! Todos os seus alunos estão aqui. Vamos
brincar de Escolinha?
Brincar de escolinha... |
Escolinha |
Boneca
– Você não lembra de todas as vezes que penteou... Aliás, que puxou meus
cabelos. Das trancinhas doloridas que fez em mim... E quando vc pintou minha
boca de canetinha vermelha? Bateu a cabeça e perdeu a memória?
Professora
(reconhecendo a Boneca) – Vai dizer que
você é aquela boneca...
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Assistente para assuntos infantis |
Professora
(Brava) – Ah, e quer saber? Esse
tal Reino de Tão Tão Distante não está no Mapa Mundi, portanto, é um lugar que
não existe; Bonecas são seres inamimados, isto é, não tem vida! E eu, já estou
grandinha para acreditar em bonecas velhas. Pois, então, vc trate de voltar de
onde veio... (avança sobre a Boneca).
Boneca
– Grandinha? Há, há, há... Estátua! Olha bem o seu tamanho... Quem veio foi
você! Quem ‘sonhou’ com o Joãozinho não fui eu! (Entra o trecho do off) Bem vinda, Professora!
“Entre
borrachas e apontadores
Mora o meu grande amor
Colei seu nome com várias cores
No livro que ela me emprestou
Mora o meu grande amor
Colei seu nome com várias cores
No livro que ela me emprestou
Mandei
mil balas e mariolas
Roubei as flores todas do jardim
Eu faço tudo na minha escola
Pra ver se ela gosta de mim
Roubei as flores todas do jardim
Eu faço tudo na minha escola
Pra ver se ela gosta de mim
Cola
o teu desenho no meu
Pra ver se cola
Cola o meu retrato no teu
E me namora
Comigo nessa dança
Um sonho de criança
E o meu coração colado ao teu
Pra ver se cola”
Pra ver se cola
Cola o meu retrato no teu
E me namora
Comigo nessa dança
Um sonho de criança
E o meu coração colado ao teu
Pra ver se cola”
*Pra
Ver Se Cola – Trem da Alegria
Professora – Então, monstros e crianças que estavam dentro
da barriga de Monsta, tiveram a idéia : - Vamos jogar uma partida de futebol!
Narração e Crianças – É gooooooooollllll!!!
Boneca
– Patrícia olhou para trás e percebeu
um vulto. Começou a andar mais rápido...
Professora
– E o Vulto também!
Boneca
– Patrícia apertou o passo e...
Professora
– O Vulto também!
Boneca – Patrícia
olhou novamente para trás e pode ver o brilho de dois dentes caninos, bem pontiagudos. Agora ela tinha certeza...
As
duas – Era um vampiro!
Boneca
– Começou a correr...
Professora
- E o vulto também!
Professora – Então, monstros e crianças
sairam do intestino de
Monsta e correram para suas casas.
Boneca/Monsta (tristonha) - Monsta já
não tinha mais o estômago tão redondo e
sua barriga já não tocava mais no chão. Ele
estava magro.
Professora – Agora, havia mais monstros no lago, poderia brincar com
eles.
Laninha – Amarelo, Roxo, Lilás, Azul, Vermelho, Rosa e Verde.
Boneca – Era assim que Laninha imaginava o primeiro dia de aula:
colorido como uma caixinha de lápis de cor. Desde que suas irmãs mais velhas começaram
a ir para a escola que Laninha sonhava em ir também. Ela já conhecia as letras.
Só faltava aprender a juntar tudinho e formar palavras.
Laninha: – Mal posso esperar para ler aquele montão de livros...
Vai ser o máximo!
Boneca - Finalmente, chegou o grande dia. Laninha acordou bem
cedinho. Escovou os dentes, penteou o cabelo, passou seu perfume mais gostoso...
Laninha – ...um que tinha
cheirinho de algodão doce feito na hora!
Boneca – ...e saiu! Quando chegou nos portões da escola, Laninha
não chorou como as outras crianças: foi logo pegando na mão da professora –
“que nem gente grande”.
Boneca – Laninha estava começando a achar que talvez pudesse deixar
seu medo de lado e fazer uma amizade quando, de repente, entrou pela porta um
furacão em forma de gente. Seu nome? Carlinhos.
Laninha: – Que ele não me veja, que ele não me perceba, que ele não
me... Oi...
Boneca – Significa ‘não’! Você só sai do Reino de
Tão Tão Distante, depois que brincar bastante. Só assim devolvo o seu tamanho
normal.
Professora – Mas, eu to atrasada!
Boneca – Só depois que brincar!
Professora (irritada) – Ah, você quer brincar?
Então corra, porque vamos brincar de Pega – pega... Devolva o meu tamanho!
Boneca – Eu
não tenho nada a declarar e suas ‘Irmãs Mais Velhas’ não estão aqui para se
defenderem. Julgamento anulado!
Professora –
Nada disso! Vamos julgar à revelia, isto é, sem a presença das duas, que, neste
momento, devem estar muito ocupadas. – Senhores
Mais Novos Amigos de Infância, Alunos e Público: estamos aqui reunidos, nesta
data, para julgarmos o mistério do sumiço do Joãozinho. O pescoço da Senhora
Dona... Qual é seu nome, mesmo?
Boneca – Na
falta um, pode ser Boneca, mesmo! Minha dona, nem pra me dar um nome, humpf...
Boneca – Bem, vocês
entenderam que ela bateu a cabeça. Junto com o tamanho, deve ter perdido parte
da memória. Coitada! E vocês, se apresentem... Digam seus nomes... Isso, um de
cada vez... Agora TODO MUNDO JUNTO: 1, 2, 3 (crianças dizem seus nomes)!
Que nomes lindos...
Professora –
Essa história está muito mal contada... Elas confessaram que seqüestraram o
Joãozinho da primeira vez...Mas e a segunda?
Boneca – Eu
não fui! Elas devem estar mentindo. Exijo a reconstituição da cena!
Tão Tão Distante |
Boneca
– Ei, espia, tem gente olhando! Que papelão, hem, “Professora”!!!
Professora
– Mas, quem são ‘esses’...??? (Aponta para as crianças da platéia)
Boneca
– São seus novos amigos de infância. Vieram brincar!
Professora
– Também são adultos encolhidos???
Boneca – Não! São crianças!!!
Professora – Crianças???
Boneca
– ‘Exactum’...
Professora
– Crianças só servem para enlouquecer seus professores. Elas explodem! Obrigada,
eu não preciso de novos amigos. Ainda mais, crianças! (crionças!!!)
Boneca – Sinto em lhe
dizer, Professora, mas não tem outro jeito. Você está no Reino de Tão Tão
Distante e o caminho de volta é longo... Então, disfarça e aproveita! (Boneca
empurra a professora para perto das crianças).
Boneca – Obrigada por me salvar do limbo dos brinquedos esquecidos.
(Cúmplice
do Joãozinho). Valeu, irmão! Ela precisava de uma boa aventura!
Voz em off - Acordar com a alegria de um beijo e ver diminuída a arrogância das
bruxas que nos roubam os sonhos e desejos... Nossa! Acho que agora sonhei como
criança.
(Professora acorda assustada. Desacelera ao se perceber diferente e
nota a presença de Joãozinho. Arruma-se, contente, para mais um dia de
trabalho.)
“Mesmo de brincadeira,
Eu sigo o que fala o coração
Faço à minha maneira
Faço à minha maneira
De a vida nascer numa canção
Hei, lá!
Que vontade de ver
Hei, lá!
Que vontade de ver
De querer te abraçar
De correr pela areia
De correr pela areia
Eu preciso te achar
Que vontade de te ver
Que vontade de te ver
De querer te abraçar
De correr pela areia
De correr pela areia
Que vontade de amar você”
*Mesmo de Brincadeira – 14 Bis
A SERIEDADE DO CORPO DOCENTE da EMEI Najla Curi Izar - SP
*TRILHA SONORA
(Cantada pelas contadoras - play back)
Canção da Meia Noite (Os Almôndegas)
Uma Barata Chamada Kafka (Inimigos do Rei)
Pra Ver Se Cola (Vrs. Los Hermanos)
Fazendo Música, Jogando Bola (Pepeu Gomes)
Mesmo de Brincadeira (14 Bis)